Era uma vez uma menina que gostava muito de vermelho. E de rosa. Ela gostava de quase todas as cores, menos do laranja. Não tinha motivo algum para isso, apenas não gostava.
Seguia todos os dias a menina pelo mesmo trajeto cheio de contrastes, alternando entre jardins floridos e silenciosos, lama, casebres, edificios imponentes, crianças gritando apressadas para a escola, docerias, parques, carros e tudo mais que há de diversidade nesse mundo. Por essas estradas ia em direção à floricultura onde trabalhava sempre à pé, só pra sentir a brisa da manha em seus cabelos.
Ela era um tanto chata, fresca e boba... Tinha medo de tudo quanto ela nao podia medir em suas mãos e enxergar a proporção exata. Mas, dentro de si e para si mesma era diferente: grande e destemida. Não entendia porque não conseguia refletir para os outros o que via em seu espelho.
A menina precisava entender o mundo mas seu receio era muito grande para conseguir alcançá-lo. Talvez fosse preciso que ela nascesse. Sentisse os impactos do nascimento pra que entendesse que nem tudo pode ser medido em suas mãos humanas ou controlado por suas estrategias de ataque e defesa.
Sua vida seria como o seu caminho diário: com alguns cenarios feios, depredados, mal-cheirosos talvez, mas sempre cobertos pela brisa da manhã que perfuma e aparta a escuridão da finda noite.
Menina, teimosa...acredite nisso!
Mais uma vez, não sei ao certo se isso tudo tem sentido. A mim basta externar e pôr no papel. Só.
