novembro 21, 2015

Bons sonhos. Ou não.

Dica do dia:
Se você é uma pessoa facilmente impressionável como eu, evite assistir séries / filmes / comerciais / desenhos (sim, desenhos.. me impressionei com "A origem dos Guardiões" - ou coisa assim - que é direcionado à crianças...rsrs) que contenham suspense, ação e morte antes de ir dormir. Sou do tipo que absorve parte dessas imagens, insere-as nos sonhos e mescla com situações do dia-a-dia e as ansiedades - mistura ótima, não é?

O resultado disso são pesadelos atrás de pesadelos. Esta noite consegui ter 3 pesadelos diferentes! Antes de dormir, acabei assistindo a um episódio de "A lista negra" (acho que é esse o nome). Sonhei com muito sangue, destruição, brigas, enfim, tudo de ruim possível. 
Engraçado que eu não sou do tipo de pessoa que briga com outra, que discute ou que faz barraco, mas sempre faço isso nos sonhos. Não é raro eu estar "P" da vida com fulano e na noite seguinte sonhar que estamos discutindo e eu estou soltando os cachorros até perder a voz. Obrigada Senhor por isso...rsrs. Quem me vê ali dormindo serenamente, mal sabe que estou quebrando a cara de alguém.

Outra coisa que me é comum é misturar sons do ambiente real com o sonho. Quantas e quantas vezes quando eu morava com meus pais, estava sonhando com qualquer coisa e aí no meio do sonho aparecia um pastor pregando ou pessoas cantando. Quando eu acordava, era porque minha mãe estava ouvindo a rádio gospel local. E estava explicado.

E eu rio. Sim, gargalhadas... risadinhas discretas. Acho isso no mínimo assustador - ainda mais se eu fosse uma criança. Sério, imagine uma criança num quarto escuro, alta madrugada, rindo malignamente como nos filmes de horror.. Nooosssa! Dessas anomalias, a única que não tenho é a proeza de falar enquanto durmo. Ufa, senão já estaria em maus lençóis.

Mas, o louco do pesadelo é quando ele te suga as energias, Você acorda cansado física e mentalmente, coração acelerado, tremores pelo corpo, ás vezes suor. Como isso é possível se você estava ali, deitado aquele tempo todo no transe do sono? Coisas inexplicáveis da mente. Digo, algum especialista vai saber explicar sim. Daí você acorda, percebe que nada era real mas ainda sim, permanece por alguns minutos ou horas com aquela sensação de terror. 

Esta noite sonhei com o fim do mundo. Estava com minha família em um prédio e começavam a surgir nos céus aros de aço que se transformavam em "Estrelas de Arremesso retrátil Shuriken gigantes" (karaka, meo Deos) e destruíam o prédio. Então, desesperados, tentávamos nos salvar e entendíamos que tudo estava acabado. Nada ficaria de pé. E eu me lembro que desejava com todas as forças não estar ali.





novembro 20, 2015

Sobre biscoito recheado e doces

Tá explicada essa magreza sem fim. 
Magricela desde a mais tenra idade até quem sabe que momento serei na vida, fui percebendo aos poucos que "poxa, todo mundo engorda naturalmente", menos eu e algumas poucas pessoas por aí.
Sei que rola muita influência de questões genéticas nesse meio, das quais eu não entendo e por isso prefiro não citar, mas confesso que incomoda o fato de perceber que posso comer tudo que quiser e não ficarei com sobrepeso. 
Espera...me incomoda? Não mais. Há algum tempo eu comprava roupas que ao experimentar ficavam um pouco folgadas, na expectativa de que tempos depois eu caberia nelas, afinal, na adolescência todo mundo engorda, não é? Não! rsrs
Daí me disseram que depois dos 21 com certeza eu ganharia uns quilinhos. Errado. 
Em seguida, "depois que casa você engorda".. #esperando.
Enfim, hoje eu prefiro comprar roupas que cabem realmente em mim naquela hora, não esperando pelo que vai acontecer no futuro.
Mas, voltando aos doces, não curto muito. Me presentear com uma caixa de bombons não seria uma boa idéia. Pizza sim, seria. Talvez aqueles mini salgadinhos de festa.. ou uma bela torta.
Foram raras as vezes que consegui comer um pacote inteiro de biscoito recheado. Talvez umas duas apenas. Uma provavelmente foi na infância. Na outra vez, comi por raiva mesmo - eu precisava descontar em alguma coisa.
A grande questão que move esta discussão tão profunda é.. hoje abri um pacote de biscoito recheado de chocolate e só consegui comer uns 4 ou 5, isso porque forcei. Cara, eu não consigo. Tem gente que come às seis da manhã Ruffles! Tem gente que tomar litros de refrigerante de uma só vez! Eu mal consigo tomar meia latinha. 
Contudo, se eu sei que não consigo/gosto de comer biscoito recheado, porque comprei? Sim, fui ao supermercado e coloquei esse bendito item no carrinho de compras. Pra quê? 
Vou passar a noite refletindo nesta minha atitude impensada.

Quem diria que esta sexta com cara de sábado me faria escrever sobre comida ou dificuldade em engordar? Só queria falar sobre algo que não fosse tão sério. Bobagens do dia a dia. A pessoas estão precisando falar um pouco mais sobre bobagens. Não bobagens que agridem ou perversões. Apenas bobagens simples e leves.

novembro 19, 2015

Espera por uma nuvem 2

Precisamos conversar.
Eu esperei a noite inteira e você ficou lá,
Tez altiva, me encarando olho a olho.

Eu sei que me justifiquei, disse que sua presença bastava
Mas não!
Menti.
Não quero você por perto se não trouxer consigo a chuva.
Eu quero a chuva.
Quero água que brota das suas entranhas.

Sei que notou minha revolta,
E num joguete para disfarçar suas intenções verdadeiras
Gotejou em minha terra, minha varanda, meus cabelos.
Mas eu sabia que não devia confiar em você
Por isso não cobri meus ombros,
Não fechei as janelas,
Tampouco tirei as roupas do varal.
Mais uma vez, te encarei, e segui meu caminho.

Olhe,
Eu sei que sua vingança pode ser explosiva,
Podes vir violentamente
Ou podes me deixar por semanas a fio.
Mas, como mortal e humana que sou
Peço-te, derrama-te sobre nosso solo
Fica.

novembro 18, 2015

Espera por uma nuvem

Querida nuvem,
Estava há dias esperando por você.
Não precisa chegar assim, de vez, cheia de trovões e ventos assustadores. 
Pode vir aos poucos, preenchendo sutilmente o céu com seus tons de cinza.
Eu estava aqui na varanda contando os minutos para sua chegada, assim como todo ser vivente à minha volta. 
Sabes bem que muitas vezes preferimos você longe porque todo esse seu volume quase sempre nos rouba o sol e escurece nossas noites, afastando-nos do brilho das estrelas. 
Mas não se entristeça. 
Precisamos da sua presença porque você nos traz a vida. 
Presenteia-nos com a água que mantém os rios;
Resfresca-nos com as gotas que amenizam o calor e calam a poeira que emudece nossa voz.
E o orvalho tímido e quieto, torna robusto o verde.
Por isso, querida nuvem
Sejas feroz ou terna
Volte, e nos perpetue a vida.


novembro 16, 2015

ANOS 2000


Produza. Faça. Crie. Monetize. Lucre.
Confesso que estas palavras tem me atormentado nos últimos tempos. Esse conceito de que não podemos ficar parados esperando a vida acontecer diante dos nossos olhos, que precisamos crescer e ser bem sucedidos a qualquer custo está sufocando esta geração.

Sou daquelas que busca os melhores resultados, a melhor performance... extremamente competitiva comigo mesma - sim, quero me ultrapassar dia após dia. Sou daquelas que, como tantos atualmente têm sido atingidos por sintomas psicossomáticos: de dores no corpo inexplicáveis, mal estar digestivo constante, explosões emocionais por motivos bobos, falta de concentração e foco. Sou daquelas que, por sorte, coincidência ou ajuda divina, conseguiu sair de férias para tentar colocar a cabeça no lugar e se acalmar.

Daí, no auge do "fazer vários nadas", vamos para as redes sociais, ok? Ok.
Curta. Poste uma foto mais legal que a do seu amigo. Seja cool. Entre nas modinhas. Compre. Venda.
Confesso que tanta pressão tem me atormentado nos últimos tempos. Mas o que fazer se a previsão é de que tudo se torne virtual e tudo seja alcançado a um "touch". Não haverá mais mundo real, é o que dizem. Então eu preciso construir a minha persona neste mundo, correto? São anúncios por todo lado, não consigo saber nem para onde olhar. Nem a rede social é somente social.. é comercial também.

Certo, vamos ver TV. Não, não vamos mais. Por que se eu for colar a testa na telinha, sei que vou ser bombardeada com tanta desgraça, que aos poucos ver este tipo de coisa se tornará corriqueiro, e vou me acostumar com toda essa sangria.

Os amigos? Sim, estão no Whatsapp, ali, disponíveis na maior parte do tempo. Geralmente, quando não estão ali, estão ocupados demais com suas vidas ou fingindo que estão, pra não precisar perder tempo com ninguém, afinal... Deixa eu cuidar da minha vida que eu ganho mais.

Sei que o que descrevi, não acontece com todo mundo. Só quis ser um pouco dramática ou caricata com o mundo em que vivemos hoje. Todo esse drama é por um minuto de paz. É pra poder colocar na minha própria cabeça que preciso não precisar ser nada de vez em quando. Pra me tornar consciente de que não é tentando prever todas as possibilidades e variáveis que vou ser mais ou menos "bem aventurada" na vida.

novembro 10, 2015

Rascunho.1


Costumeiramente eu paro para analisar a vida. Eu reparo bem onde estou, quem está à minha volta e o que estou fazendo. Dessa análise, eu sempre rabisco rascunhos, vou tecendo mil pensamentos e quando algo me angustia e percebo que tá tudo errado, eu penso em largar tudo e sair correndo para qualquer lugar distante.

Eu sempre achei que quando eu fosse adulta, mais velha e madura ou ainda, quando eu fosse "independente" seria muito mais fácil mudar assim radicalmente. Sempre achei que escreveria minha história sem nenhuma curva... sem dúvidas que colocariam à prova tudo o que acredito como verdade. Que só o fato de eu tomar a decisão de mudar em relação a algo, faria com que tudo mudasse.

´Mas não. Aquilo de definimos como "usar sapatos apertados" nos segue com mais intensidade ainda quando somos adultos. Há um tempo atrás tomar certas decisões, fazer certas loucuras não seria tão absurdo. Diriam: "Ah, ela é apenas uma adolescente, por isso agiu assim."

Hoje há tanta coisa em jogo... mas é insuportável caminhar com um bigorna enorme presa aos pés. É insuportável não poder ser autêntica, livre...ou ser livre demais, quando não deveria ser.

Eu continuo aqui fazendo mil cálculos. Sonhando voar mais alto... Desejando ardentemente viver muito além do que vivi aqui, nos meus dias-a-dia de casa pro trabalho e do trabalho para a igreja. Eu continuo aqui com os olhos brilhando quando vejo alguém que simplesmente foi e fez não ficou adiando sua vida para sempre.

Meu diário de viagens? Não tenho um, mas se tivesse estaria praticamente em branco.
Eu não quero só viagens. Mas, "eu gosto do gosto da coragem, a melhor viagem é seguir a trilha que eu abri." Seria algo por esse caminho.


julho 02, 2015

Remédio Ruim


Noite estranha. Sono estranho.
Eu rolei tanto na cama que nem sei quantas centenas de metros percorri.
Profundamente desperta em pensamentos e reflexões.
Demorei longas horas para finalmente conseguir adormecer mas, ainda que adormecida, foram tantos sonhos desconexos confusos, pesados, estranhos. Daí eu despertava novamente e recomeçava o caminho.

Eu finalmente havia me dado conta do que acontecera. Mais uma vez, aquele pedaço de mim bordado em cores e estrelas foi brutalmente arrancado, recortado, dilacerado. Mas, apesar do choque - que me tirava o sono, confundia as pernas e deixava em carne viva, exposta - eu não sentia dor por mim. Eu apenas me preocupava com a coração dele. De que maneira estaria sua vida agora... seu coração... sua realidade... seu futuro?

Pela primeira vez, desses três desencontros, eu pensei verdadeiramente em algo além do meu próprio umbigo, afinal, em minha vida ainda está tudo no mesmo lugar. Mas, e a dele? Naquela última conversa eu fiquei tão sem palavras, sem voz... não consegui dizer nem um terço do precisava dizer e perguntar. Me dói estar novamente distante. Se eu pudesse ser sei lá.. a caneta que ele usa no trabalho..ou o pinguim de sua geladeira... o jarro de flores no aparador ou aquela peça da moto só pra não sair da vida dele mais uma vez... Só pra estar perto e contornar seu raro mau humor com qualquer tirada toscamente engraçada.

Teimosias à parte, esta é a nossa vida de agora. Espero que seja feliz. Que tenha sorte e faça sua sorte. Que contornemos a saudade dia após dia. Já temos experiência nisso, não?



junho 10, 2015

Preparo



Meus olhos apenas despertam todos dias porque a cada dia está mais perto estar mais perto de você.
Eles se olham no espelho, se julgam, prometem nunca mais olhar para os seus olhos, mas no minuto seguinte esquecem as promessas a si mesmos e saem pelas ruas, pelas flores, pelos rostos, à procura de qualquer vestígio seu.

Minhas mãos suam.. ficam geladas. Não sabem o que fazer. Elas apenas tem a certeza de que precisam tocar as suas mais uma vez. Nesse momento, os dedos se agitam, as unhas se empolgam e crescem, e se pintam de vermelho, para evidenciar o seu rubor e chamar tua atenção... Elas querem arranhar-te as costas, o abdômen e as coxas, passeando em seu corpo em arrepios incontroláveis. Elas querem te prender tal corrente inquebrável e logo depois te deixar ir só para que voltes envolvido em saudade.

Minha boca.. que tola! Ela ainda lembra bem do seu gosto. Ela, parece ser a mais empolgada com tudo isto. Qual cor seria melhor para vestir quando for te encontrar novamente? O que deverá dizer? Irá apressar-se em dizer "não", confusa, quando planejou há tanto tempo dizer "sim"? Ela não sabe muito de poesia... não sabe usar as palavras, como o sabe muito bem os dedos... Esta boca não tem nada para oferecer além do seu toque, sutileza, fôlego e de um pouco de "não sei o quê" que deseja te desnortear por um tempo. Por uma hora. Por uma semana. Por um mês. Por um quarto de século que seja.




junho 03, 2015

Praçaria Cotidiana.


As noites continuam quentes. Eu por vezes planejo ir à praça escrever um pouco. Sobre aquela praça eu não consigo dizer muita coisa, mas ela poderia escrever páginas e páginas sobre mim. Cada um de nós tem uma praça em sua vida - eu tenho duas.

Eu quero voltar lá não para viver uma nova história, mas para apenas descobrir e observar a história de outros e ficar ali no canto, silenciosamente documentando tudo o que vejo (quem sabe finalmente um projeto). Serei como ela mesma - a praça que tudo vê, que convive com todo mundo, que dá abrigo aos que só tem um papelão para deitar.

Eu me lembro... um dia eu estava na Praça. Ao meu lado sentou-se um senhor muito humilde que trazia consigo suas roupas velhas e uma marmita nas mãos. Num gesto bastante nobre, perguntou se eu aceitava um pouco de sua refeição e eu, assustada, não aceitei. Na praça havia um garotinho de cabeça quadrada brincando com sua avó todos os dias. Na praça haviam cães lânguidos e pulguentos, á vontade em seu lar. Na praça haviam casais de namorados felizes. Na praça tem muita vida, muita história. Eu quero estar lá.

23/04/2014.

maio 17, 2015

Brincadeirinhas de Elevador

Era por volta de 3 da tarde quando a conversa mudou de rumo e passou de amenidades cotidianas para o que chamo de "absurdo plano secreto de abraçar". Pois bem... que lugar? Que esconderijo caberia àquele encontro de final de tarde?

Em meio a poucas sugestões descabidas, perguntei a ele se conhecia algum elevador. Eu falei brincando, pois mais cedo tinha visto algo na TV sobre cenas interessantes em elevadores, mas, sim, ele conhecia e levou a sério minha brincadeira. Em poucos minutos concordamos em nos ver no endereço combinado. Eu segui a caminho, curiosa, mas nem um pouco indecisa.

Ali de frente para a porta do elevador - Eu sorria, aquele sorriso de canto de boca de quando se está aprontando. Ele, aparentava uma seriedade e segurança que me deixava em paz, mas sei que seu interior guardava um coração inquieto. E quando a porta se abrisse? E quando esta em seguida se fechasse? E depois?

Depois foi um abraço de reencontro sereno, quente, tranquilo. E mais depois um pouco um passeio pelos mesmos andares... sobe e desce... pára e caminha. Pára. Congela o tempo naquele andar em que eu procurei qualquer coisa naquelas quatro paredes para ler ou reparar, antes que começassem a me brotar insanidades. Mas ele não me permitiu deixar de sentir. Por vários momentos hesitei entre dar um passo a frente ou fazer um comentário qualquer. Fiquei com a segunda opção.
Resisti às palavras dele, aos seus gestos, à sua pele.

Para não gastar mais os botões do elevador, nos recolhemos às escadas... eu já estava tonta de tanto.
Conversamos minutos vários, eternos. Rir, contando causos e coisas do dia a dia, do passado, do "dalí a 1 hora"...

Já era hora de ir e o abraço prometido se repetiu. Este agora mais demorado, mais próximo, mais sentidos.
Conferí o perfume, o toque, o jeito. Estava tudo do mesmo jeito que deixei há algum tempo.
Eu me lembro que sorri.