dezembro 30, 2009

Poetas

Poetas sabem amar
Poetas sabem sentir raiva, sabem ser ridiculos...
Sabem culminar em emoção
Poetas sabem ser verdadeiros
E sabem omitir verdades inteiras
Poetas vão ao parque, à feira..
Poetas sentem dor e pedem pra alguem ir buscar uma aspirina.
Poetas lavam roupa
Vão ao cinema acompanhados ou sós
Poetas tem conta no banco
E sabem que no fim do mês, ela vai estar bem magra.
Poetas assistem TV
Poetas cantam musica sertaneja
Poetas odeiam chocolate e são viciados em chocolate - simultaneamente.
Poetas dizem que é cedo
Mesmo sendo muito tarde
Poetas sabem dizer adeus
Mas não sabem se esquecer de amar....
Poetas têm muito o que aprender.

dezembro 29, 2009

Umas linhas aí...

Sublime ato - amar - descompensado
Borboletas, asas desenhadas por mil interrogações
E nada faz sentido
Até que comece a se fazer razão
E explodir num toque de lábios
E assim, queira eu fazer carinho ou dor
Eu sempre e primeiramente vou querer um sorriso
E o brilho pouquissimo casto dos seus olhos.
Temos tempos e ventos para amar
Mas nenhum barco de mar...
E cá, escanteados
Não por eu querer.
Eu não vou culpar ninguém
Se houvesse meia teimosia
E bem menos ''ses'' do que o a gente escreve
Ainda poderia existir magia
Percebe pra que lado caminha?
Não a gente, mas estas linhas
Capengam pra um mesmo sentido
Saudades, tristezas e duvidas...
Será que tem jeito de deixar bonitinho?

Yo

Eu é legal, risonha e cheia de melancolia.
Eu é um divino veneno mortal.
Eu tem a doçura de cachoeiras a jorrar mel
Eu, tem a medida de meia taça de féu.
Eu me devo muitas explicações.
Eu é teimosa demais.
Eu quer agarrar o mundo com as mãos.
Eu quer ir apenas onde seus pés alcançam.

Eu descorre, corre pros braços de alguém.
Eu é o centro do universo.
Eu tem muitas coisas em comum com mundo todo e todo mundo.
Eu, adiante, distante do comum.

Eu fala demais de eu.
Eu tem que parar de ser só eu.
Eu tem se repetido dimais.
Eu fica olhando da janela pra rua, sem motivo algum.
Eu precisa ter mais motivos.
Eu tem que ser mais boca que ouvidos.
Eu vai procurar pedacinhos e gotas de graça e ironia.
Eu é algo mais que um poema sem métrica.
Eu vai bem com musica e silencio.

Eu tem gosto de quê.

dezembro 23, 2009

Continua...

Particularmente odeio essas coisas de ''eu sou assim'' e de me descrever como se fosse uma bula de remédio. Quem sou eu pra dizer como sou e como faço as coisas se muitas vezes, em situações parecidas, eu tomo atitudes diferentes e me comporto de maneiras totalmente opostas?

Eu sempre quis provar ''coisas'' para os meus pais, líderes, amigos e também para os desconhecidos. Queria mostrar meu potencial a todo custo, em todo lugar, em todo momento, sem me importar se era realmente assim que eu deveria agir e se eu estava fazendo as coisas certas nos lugares certos.

Geralmente eu não tenho paciência para esperas. Sei que é justamente nesse ponto que eu tenho muito a aprender. Aprender não fazer birra só porque as coisas não são como eu quero que sejam. Eu gosto de ter tudo sob o meu controle... E tenho que aprender a não ter.


(continua...assim que eu descobrir como.)

dezembro 22, 2009

Inocencia ( ?!?!?)

Era uma vez duas crianças muito bobas, e tão, tão bobas...

Elas gostavam de se aventurar... Faziam muita loucura sem pé nem cabeça e sempre juntos.

Era engraçado porque a brincadeira só tinha graça se tivessem a companhia um do outro...e era bonito ver o sorriso dos dois.

Ás vezes resolviam ficar de bico. Por causa de alguma brincadeira que deu problema, diziam ''corta aqui'' e faziam birra pra não
se falarem...Mas também era muito engraçado como depois de pouquissimo tempo, la estavam dizendo um ao outro: quer brincar?

Qualquer brincadeira era legal, mesmo se fosse um dia de chuva e eles tivessem que ficar em casa olhando um pra cara do outro.
Mas logo, isso também virava uma brincadeira...

Quer brincar???

dezembro 15, 2009

A violinista


(Esta é a primeira vez que começo um texto com título

Quero ser violinista. Queria ser contrabaixista, mas como não tenho ritmo o suficiente, resolvi optar pelo oposto. Ou extremo agudo ou extremo grave - assim que tem que ser.

Percebi que em muitas coisas me pareço com um violino. Sou pequena, com algumas agudices e um som meio dramatico que incomodam os ouvidos alheios muitas vezes... No entanto, com a doçura de um canto celestial quand está bem afinado e é tocado por quem sabe extrair o melhor do seu timbre e de sua vibração.

Eu vou comprar um violino... Nem que seja pra ficar ali olhando pra ele...Faço isso as vezes com meu violão. Quando meus dedos e repertorio ja estão esgotados, eu me deito, coloco a viola ao meu lado e fico ali pensando na vida...

O som de um violino é pura emoção....
Minhas melodias são simples, sem grandes conhecimentos teóricos e tecnicas... e o andamento, na maior parte das vezes vagaroso - na verdade eu sou um pouco de tudo.

Eu queria um Bequadro. Seria muito mais facil... mas a harmonia não seria tão rica quanto é...

Uma voz emprestada... um canto com as mãos.. melodia da alma... isto é tocar...

dezembro 10, 2009

No trabalho...''

De repente eu lembrei de alguém mesmo no meio dessa correria toda...

Uma pausa, um suspiro e lembranças dos olhos castanhos mais brilhantes que eu conheço....

Em meio a faturas, emails e ''abacaxis financeiros'', ainda há tempo para poesia...Alias...Tudo isso e qualquer outra coisa se torna poesia quando se esta em ''estado de bem-querer''....


dezembro 08, 2009

Quando?!?!

  • Quando uma semana demora mais que um seculo pra passar...
  • Quando eu nem sei se o céu está mesmo cinza ou é só impressão minha...
  • Quando faz frio, faz calor, no entanto a temperatura do meu corpo continua a mesma...
  • Quando conto as horas pra adormecer e nos sonhos reencontrar o abraço que eu tanto espero...
  • Quando qualquer movimento do universo me faz lembrar alguem*...
  • Quando eu fico engasgada nos meus proprios pensamentos e desaguam em seguida lágrimas torrenciais de saudade...
  • Quando, por mais que eu escreva, não consigo externar nem um centésimo do que sinto...
  • Quando um banquete não me parece ser tão saboroso...
  • Quando de repente enquanto escrevo estas palavras, surge uma voz cantando uma daquelas musicas bregas de gente apaixonada...mais precisamente, Roberto Carlos...

...Eu percebo que esquecer é muito mais dificil do que esperar...e que talvez valha à pena tentar terminar essa tentativa de poetagem...

dezembro 04, 2009

Coisas de verão

Teste, testando caneta nova...1, 2, 3...êi...a... parece-me boa!
Então, mais uma vez estou eu aqui em um momento de espera, mas dessa vez, com certeza nenhum bêbado vai sentar-se ao meu lado.
A noite está agradável, fresca, mas solitária. Meus colegas já foram embora felizes por só precisarem voltar aqui na faculdade na semana que vem apenas pra pegar algumas notas. Já eu, sou obrigada a pacientemente esperar pelo onibus que me levará pra casa, e já me pergunto o que farei nas noites que se seguirão. Talvez ficar em casa vendo TV, dedilhando musicas na viola ou fazendo um curso qualquer...
É engraçado, - e neste instante solto um riso discreto - estou me sentindo um daqueles narradores de filmes ou entao o proprio Forrest Gump, aqui a narrar este momento que apesar de solitário, é muito libertador. Puxa, minhas costas doem e eu queria enconstar na parede, mas nao posso, porque estou com uma blusa branca com um tecido fino...poderia estragar tudo!
Muitas coisas me serviriam bem neste momento: um carro, companhia, talvez um cachorro-quente prensado...mas nao tenho nada disso..
Tenho cabelos engraçados, alvoroçados pelo vento - pra variar - ... é gostoso sentir o vento do verão. Já notou como ele é diferente? Eu, particularmente, tenho sentido aguçado pra isso. Sinto tanto o cheiro quanto o vento de cada estaçao como se fossem coisas totalmente concretas. A partir desses cheiros e toques consigo relembrar fatos, pessoas, sensações, saudades, temores, comidas, palavras, sons, objetos...tudo somente atraves do vento.
Existem coisas das quais não podemos fugir de forma alguma, pois o proprio vento traz de volta. Para o vento não existe barreiras. Ele nos persegue carinhosamente a fim de cumprir o seu papel, mas saiba que ele só diz a verdade e é tão palpável quanto eu e você.
Pois, percebi agora que estou fazendo papel de maluca aqui. Visualize: eu, cabelos alvoroçados, sentada numa calçada, com roupas ''mamae quero ser empresária'', com papel e caneta na mão, escrevendo há quase meia hora e olhando curiosamente para os academicos que passam...aiai...coisas de verão...

dezembro 01, 2009

O bebado e a Desequilibrista (desequilibrada)

Um bebado senta ao meu lado. Uma frase com seu ponto final. Eis aqui mais um ponto final bem onde deveria estar.
Um bebado resmunga ao meu lado. Por que ele exige respeito haja vista nao estar em seu estado são perante a sociedade?
Porque ele é humano. Bebado ou nao, louco ou nao, limpo ou nao, ele é gente, como todos aqueles que vejo passar por aqui. Ele está assim, e isso parece fazer toda a diferença, mas não faz.
Quantos de nós, embriagados por nossas subjetividades fazemos 'louquices' pelas ruas, na esperança de apenas ser visto como normal, no direito de manifestar a embriaguez da euforia ou da tristeza.
O bebado fala comigo. Ele é gente, tem familia, mora em outra cidade. E eis a escolha: acreditar ou nao? Nem posso fazer isso. Ele puxa conversa mas eu, atemorizada ou meio que vendo-o como gente, respondo fria e educadamente.
Um olhar rubro, com tons de cansaço, descrença e uma confusão angustiante.
Noto sua inquietude e me sinto incomodada com as perguntas que se estendem. Omito muitas coisas, minto sobre outras e é assim que tem que ser.
Ele é gente, mas gente perturba, gente passa dos limites, gente desrespeita. E gente mata.
Gente passa por aqui e se pergunta: o que aquela garota ainda faz ali esse tempo todo?
Porque eu, Elaine, tenho uma canção, e também adoro ler as pessoas e as coisas.
Porque poderia ficar aqui a vida toda e ainda ter algo novo pra escrever....Porque eu, Elaine, sinto com as palavras e meu tato, paladar e sentidos outros são manifestos verbais.
Todo o verbo é vida, é esperança, é a possibilidade de conjugar.