maio 17, 2015

Brincadeirinhas de Elevador

Era por volta de 3 da tarde quando a conversa mudou de rumo e passou de amenidades cotidianas para o que chamo de "absurdo plano secreto de abraçar". Pois bem... que lugar? Que esconderijo caberia àquele encontro de final de tarde?

Em meio a poucas sugestões descabidas, perguntei a ele se conhecia algum elevador. Eu falei brincando, pois mais cedo tinha visto algo na TV sobre cenas interessantes em elevadores, mas, sim, ele conhecia e levou a sério minha brincadeira. Em poucos minutos concordamos em nos ver no endereço combinado. Eu segui a caminho, curiosa, mas nem um pouco indecisa.

Ali de frente para a porta do elevador - Eu sorria, aquele sorriso de canto de boca de quando se está aprontando. Ele, aparentava uma seriedade e segurança que me deixava em paz, mas sei que seu interior guardava um coração inquieto. E quando a porta se abrisse? E quando esta em seguida se fechasse? E depois?

Depois foi um abraço de reencontro sereno, quente, tranquilo. E mais depois um pouco um passeio pelos mesmos andares... sobe e desce... pára e caminha. Pára. Congela o tempo naquele andar em que eu procurei qualquer coisa naquelas quatro paredes para ler ou reparar, antes que começassem a me brotar insanidades. Mas ele não me permitiu deixar de sentir. Por vários momentos hesitei entre dar um passo a frente ou fazer um comentário qualquer. Fiquei com a segunda opção.
Resisti às palavras dele, aos seus gestos, à sua pele.

Para não gastar mais os botões do elevador, nos recolhemos às escadas... eu já estava tonta de tanto.
Conversamos minutos vários, eternos. Rir, contando causos e coisas do dia a dia, do passado, do "dalí a 1 hora"...

Já era hora de ir e o abraço prometido se repetiu. Este agora mais demorado, mais próximo, mais sentidos.
Conferí o perfume, o toque, o jeito. Estava tudo do mesmo jeito que deixei há algum tempo.
Eu me lembro que sorri.

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