junho 03, 2015

Praçaria Cotidiana.


As noites continuam quentes. Eu por vezes planejo ir à praça escrever um pouco. Sobre aquela praça eu não consigo dizer muita coisa, mas ela poderia escrever páginas e páginas sobre mim. Cada um de nós tem uma praça em sua vida - eu tenho duas.

Eu quero voltar lá não para viver uma nova história, mas para apenas descobrir e observar a história de outros e ficar ali no canto, silenciosamente documentando tudo o que vejo (quem sabe finalmente um projeto). Serei como ela mesma - a praça que tudo vê, que convive com todo mundo, que dá abrigo aos que só tem um papelão para deitar.

Eu me lembro... um dia eu estava na Praça. Ao meu lado sentou-se um senhor muito humilde que trazia consigo suas roupas velhas e uma marmita nas mãos. Num gesto bastante nobre, perguntou se eu aceitava um pouco de sua refeição e eu, assustada, não aceitei. Na praça havia um garotinho de cabeça quadrada brincando com sua avó todos os dias. Na praça haviam cães lânguidos e pulguentos, á vontade em seu lar. Na praça haviam casais de namorados felizes. Na praça tem muita vida, muita história. Eu quero estar lá.

23/04/2014.

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